.
Maryna Bittencourt é uma garota deveras interessante.
.
Daquelas que falam alto, e muito, e rápido, e com as mãos. Ligada no 220V, é o tipo de pessoa com quem a gente pode sentar e conversar sobre qualquer coisa, porque ela sempre tem uma opinião sobre tudo. E sempre vai aparecer repetindo o último bordão do momento ( “morri de sunga branca” será forever meu favorito).
Ela também é a Audrey Tatou na versão bugra de Flowernowplease, mas não aceita o título de jeito nenhum.
A Maryna sacou perfeitamente o que eu busco quando convido as pessoas pra participarem deste quadro. No email ela me explicou que ao separar as peças não escolheu necessariamente “as que eu mais uso, as que combinam com tudo, as ‘das baladsi‘; simplesmente aquelas que criaram algum vínculo afetivo comigo, algum significado”.
Muito bem, a ideia era essa mesmo.
Com vocês, Maryna:
.
“Bom, talvez não seja as crises com o guarda-roupa, nem o fato de escolher apenas 3 peças dele. Acho que o que me fez escolher o que eu escolhi foi o que cada peça, dentro de um conceito pré-estabelecido (por mim, claro, haha), representam pra mim. Eu sou meio dessas piras de “conceitual”, tudo tem que ter um motivo, uma razão, uma representação.
1. Blazer:
.
Primeiro, sempre fui meio louca por blazer. Acho que, pelo fato de eu gostar muito de inverno, tenho uma tara por casacos, e em especial, os blazers. Eles têm quase que um compartimento especial no meu guarda-roupa, adoro cada um, com cada roupa que coloco, cada coisa que vai junto. O que mais gosto de ver é o caimento (óbvio!) e os detalhes, como a lapela fica, os botões, o tecido. Uma pira, né! Gosto de blazer porque dão com tudo, camisa, blusa, camiseta, regata, vestido, sutiã; uma diversidade. E o bom que dá pra usar também no verão, tipo, os que têm meia manga, dá pra pagar de chique (aquelas!).
Dentre os meus blazers, o meu preferido é um azul de risca-de-giz, que comprei numa high promoção em Blumenau. Paguei 80$ num dos meus casacos mais resistentes. Gosto dele pelo corte, tem cara de máfia, e amo o forrinho floridinho fofo. Sem contar que ele é bem quentinho.
(p.s: as fotos são realmente velhas, de 2007)
2. Roupas da Mamis (eu sempre roubo coisas dela).
.
Toda menina (acho eu), quando criança, adora vasculhar no guarda-roupa da mãe. O fato é que eu não parei, haha. Volta e meia vou lá e ‘roubo’ alguma coisa da Corrêa. Claro que, como o nosso tamanho não é compatível (de largura que de altura é tudo igual), mando algumas coisas pra minha costureira. Mas adoro o XL das roupas dela, fica muito confortável e fofinho.
A que eu mais gosto é uma blusa que tem um tecido que amo, a cambraia de algodão, super levinha, com uma costura impecável (ela comprou na gringa quando a mala dela foi extraviada e eu roubei, rá!) e a manguinha balonê dela, LINDA!
(p.s.2: não tinha fotos com essa blusa, ai tive que recorrer ao álbum de aniver de uma amiga, na qual levei uma bolada, de bolo, na cara. não repare o detalhe)
3. Óculos.
.
Talvez a única coisa que eu goste muito a ponto de colecionar sejam os óculos. Mesmo que eu tenha uns 10, posso usar apenas um por um tempo, mas conservo-os todos, em sequência no meu guarda. Comecei com as piras de óculos quando fui à BsAs com umas amigas e passamos em San Telmo (o segundo bairro que mais amo, depois da Recoleta), onde tem muito (quando digo muito, é MUITO mesmo) antiquário. Tem cada coisa lá! Fora os bophe xucro, que a fac de cinema é lá, uma deli. Ok, não perdendo o foco… Estávamos lá, nós passeando e resolvi entrar em uma galeria de lojas cheia de coisas antigas e achamos um tipo de brechó onde tinha muita coisa fofa, entre elas, vários óculos. Foi meu primeiro óculos antigo.
A partir dele, criei uma espécie de ‘carisma’ com azami da mãe e elas foram me dando os óculos das suas mães e avós. Já ganhei um Balenciaga, um Playboy e um Courrèges, tudo na faixa! Claro que, pra cada um deles, tem um cuidado especial, o preço que eu gasto em troca de lente, parafusos, enfim, com restauração, é o quanto gastaria num óculos. Mas valhe muito a pena, pela história que cada um carrega (desde passeios em Paris à dançarinas de cabaret na Argentina). O meu prefe de todos é o de BsAs, que foi o início de tudo. Ele tinha lente de vidro e os parafusos estavam muito velhos. Tive que trocar e soldar muita coisa. Mas ele tá aí. Adoro ele, com o formato num quadrado não perfeito, e as hastes com as bolinhas, e a alça da haste segura o óculos na cabeça.
Honey, obrigada mais uma vez pelo convite. Fico lisonjeada.
Beijíssimos grandes,
Maryna.”
.
Ahazou Maryna. E ó, quando enjoar dos óculos e não souber o que fazer com ele, estamos aí. Rá!
.
Bia
Tags:inspiração, maryna bittencourt, moda